Mensagem do Presidente
Caros colegas:
Assistimos nos últimos anos a uma mediatização inédita
e crescente das doenças e problemas dermatológicos. A procura de consultas da
especialidade aumentou de forma significativa apesar das expectáveis limitações
decorrentes duma pandemia prolongada. Este impacto faz-se sentir a vários
níveis: comunicação social, população geral e especialidades médicas. A isto
não são alheias as novas formas de comunicação, ou seja, passámos a ser
convocados e a responder em várias frentes, em tempo real e espaço ilimitado,
longe das formas convencionais e convencionadas da atuação médica. A sua
especificidade visual presta-se especialmente a isso. Cresceu a apreensão com
as máquinas/robot e a inteligência artificial, mas o olhar humano
continua a ser a principal arma diagnóstica do dermatologista: é o mesmo olhar
que avalia a pessoa presente à nossa frente e a imagem digital num qualquer
dispositivo eletrónico. Ninguém
prescinde dele, nem o médico nem o utente. É desse olhar que resulta a opinião
que todos esperam. A dermatovenereologia adquiriu uma
importância de relevo no panorama médico nacional e internacional. Não é
em vão que foi a primeira especialidade médica a separar-se da medicina interna
seguindo um caminho independente. Tornou-se mesmo uma especialidade de topo. A
Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia é o rosto e a voz dos
membros que a constituem e a tornam possível, cada vez melhor, mais moderna,
atualizada e próxima dos portugueses, nas várias vertentes em que é chamada a
intervir. O trabalho feito pelas direções anteriores e por todos os colegas em
geral foi notável. Foi graças a eles que chegámos aqui, tão prestigiados e
atuantes, presentes e decididos a continuar. Não
queremos mudar o que de excelente se conseguiu, mas manter e aperfeiçoar o que
for possível. E incluir os novos desafios que se nos propuserem. Entre eles temos pela frente, no imediato, a
criação do «registo nacional de doenças imunomediadas com expressão cutânea»
para o que contamos com a colaboração do maior número possível de serviços quer
públicos quer privados. Queremos promover a internacionalização da dermatologia
portuguesa para a qual os registos são essenciais. Mas não são a única forma de
consegui-lo. A
qualidade do internato médico da especialidade em Portugal aliada a um
desempenho de excelência dos seus especialistas nas mais diversas áreas de
diagnóstico e tratamento não deixam margem para ambições menores.
Essa
internacionalização deve ter geografias de influência em vários continentes,
não apenas na Europa nomeadamente no âmbito da EADV como na América Latina e Península
Ibérica através duma relação profícua com os países do CILAD e naturalmente,
por razões históricas e linguísticas com os países lusófonos da CPLP. Fazê-lo
com modernidade, mas sem descurar o nosso papel na defesa da língua portuguesa
e da semiologia dermatológica em português. Esse também é um desígnio nacional
e um fator de afirmação cultural que se estende para além da prática médica: é
um dever de cidadania e de afirmação dum país no mundo. O terceiro objetivo
para os próximos 2 anos consiste fomentar a formação dermatológica com a
criação de cursos de atualização e formação médica contínua em diversas áreas
nomeadamente na medicina estética.
Contamos convosco na concretização destes objetivos ou de outros que queiram sugerir agora ou sempre que achem por bem fazê-lo. São todos bem-vindos. É essa grande união e solidariedade que torna esta SPDV tão especial. Paulo Filipe
Presidente,